Em 03 de junho se comemora o Dia Nacional da Educação Ambiental e no dia 05 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Todos sabemos que datas comemorativas são apenas formas que a sociedade criou para pensarmos naquilo que é preciso pensar. Em relação ao ambiente no qual vivemos, estas duas datas são cada vez mais relevantes.
Nosso ambiente é o todo que nos cerca, seja de forma natural ou cultural. Michel Sérres, filósofo francês contemporâneo, traz à nossa mente esta constatação e escreve sobre a forma como a humanidade privilegiou e pactuou a respeito de temas fundamentais para sua sobrevivência. Ele lembra que Rousseau, ao preconizar um “Contrato Social”, no século XVIII, falava da necessidade de os homens firmarem um acordo para a sobrevivência das instituições sociais fruto dos movimentos democráticos que derrubaram o antigo regime na Europa, dentre as quais estava a escola, sem a qual o progresso humano não se daria em virtude da necessidade de o conhecimento ser compartilhado pela burguesia, classe social que seria a propulsora do modo de produção capitalista, que se apresentava como a solução para o progresso no ocidente.
No século XX tivemos que firmar um acordo que garantisse a sobrevivência ambiental, visto que estamos fadados ao desaparecimento, caso este pacto não aconteça. Calloni diz que “para Michel Serres, o planeta Terra vive um momento de profunda agonia. Palco de guerras intermináveis entre os homens, esse substrato natural da origem e sobrevivência das espécies padece ante as incontáveis formas de agressões resultantes não somente entre grupos ou nações rivais, mas ante a violência humana nas formas derivadas de um processo produtivo abusivo, parasitário e mortal“. CALLONI (2003 )
Para conhecer um pouco a respeito de Michel Sérres assista ao vídeo de entrevista gravada com ele em http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/386/entre
Mais uma vez a escola aparece como a instituição que tem uma contribuição relevante , na medida em que somente por meio da Educação Ambiental, compreendida de forma ampla, abrangendo todos os aspectos da vida humana e não apenas aqueles relacionados com a natureza, a humanidade poderá superar o estágio em que se encontra, no qual riqueza e barbárie ainda teimam em conviver lado a lado.
Educação ambiental na escola é tema transversal: Deveria atravessar as disciplinas do currículo diariamente, em todos os dias letivos, sendo trabalhada por todos os docentes como forma de despertar a consciência dos estudantes não apenas em relação à necessidade de economia de água e energia, mas em relação à promoção da paz, da inclusão social, da gestão das diferenças. Assim, a escola seria uma das primeiras signatárias do Contrato Natural e estaria na vanguarda das demais instituições sociais . É o que desejamos, é o que esperamos , com a utopia que enche nosso coração de esperança!
Referências:
CALLONI, H. Contribuições ao Estudo de Michel Serres. Revista Ambiente e Educação, Rio Grande, 8: 143-155, 2003. Disponível em http://www.seer.furg.br/ambeduc/article/download/903/361. Acesso em 05/06/2015.
SÉRRES, Michel. O Contrato Natural. Trad. Serafim Ferreira. Lisboa: Instituto Piaget, s/d
4 Comments
OLA COMO VAI?
QUE TAL RESGATAR COISA SIMPLES COMO!
AS ESCOLAS VOLTAR TER UM JARDIM BEM BONITO.
EM CASA TERMOS PELO MENOS 01 VASO DE PLANTA POR PESSOA E CUIDAR!
SERVIRIA PARA REFLETIRMOS!
ABRAÇO A TODOS!
Oi Rubens,
Adorei seu comentário ! Uma ideia tão simples para ser posta em prática. Vou escrever sobre isso .
Um abraço,
Júlia
Amei tudo isto. Fico feliz Júlia por ter encontrado meu email e publicar estas materias. Sou apaixonada com tudo isto. Acho que sou artista sim, porque vou onde muitos acham que não devo ir. E este carinho com que somos recebidos é que transborda a alma. Compartilho a idéia do jardim e da horta. Estou organizando no meu quintal e espero contamina outras pessoas.
Oi Rita,
Muito obrigada por seu comentário. São estes feedbacks que alimentam meu trabalho. A ideia do jardim e da horta, quem sabe você não produz para nós ?
Um abraço,
Júlia