As crianças, os adolescentes e o isolamento advindo da pandemia

As crianças, os adolescentes e o isolamento advindo da pandemia

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Precisamos compreender que a situação da pandemia é geral, mas que existem condições especificas que precisam ser analisadas como possibilidade de aprendizagem.

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Vamos compartilhar algumas situações, as quais, presumimos sejam interessantes para compreendermos o que tem acontecido diuturnamente com as crianças e os adolescentes.

Criança-de-2-anos-adotada-oficialmente-por-meio-de-videoconferência-4A primeira delas diz respeito a uma criança de 2 anos e meio, que ainda não iniciou a escolaridade em função da pandemia. Mora numa cidade de interior bem pequena, cerca de 30.000 habitantes, com os pais e uma irmã mais velha. Os pais trabalham em casa, remotamente e o avô materno lhe dá muita atenção, além de viver rodeado de primos da mesma idade. A moradia fica diante de uma praça na qual as crianças andam de bicicleta, brincam com os cachorros, jogam bola.

 

A segunda delas trata de uma criança de 9 anos, filha única, pais separados, cuja mãe trabalha durante todo o dia. Reside com a mãe na casa da avó. Está matriculada numa escola particular tradicional, conteudista e tem aula remota durante 4 horas por dia, além das tarefas que precisa realizar como complemento. O tempo de brincar é reduzido, a convivência com outras crianças se dá apenas remotamente, há indícios de stress emocional.

Terceira situação: um adolescente de 14 anos, pais separados, mora com a mãe e estuda numa escola estadual que está com ensino remoto desde o ano passado. Tem dificuldades de aprendizagem e pouca disponibilidade familiar para receber ajuda. Mantem-se num universo virtual paralelo de jogos , no qual se refugia da realidade.adolescente

Parece que as diferenças demonstram de que maneira o ambiente impacta na vida destas crianças, neste momento. Como a escola faz falta e, ao mesmo tempo não faz, quando oportunidades de aprendizagem acontecem espontaneamente. Pensar em como o ensino remoto, a retenção de uma criança durante 4 horas por dia diante de uma tela para assistir aula, pode ser prejudicial e ineficaz , pois ainda não se tem conhecimento a respeito de pesquisas sobre a retenção de conhecimentos e aprendizagem neste modelo.

Não temos respostas, mas podemos continuar a nos fazer perguntas, a refletir sobre a situação na qual nos encontramos e, mais do que tudo, precisamos pensar a respeito do que fazer, de como ajudar as crianças nestes momento, oferecendo alternativas para o encontro, sem riscos para a saúde.

 

 

Júlia Eugênia Gonçalves
Júlia Eugênia Gonçalves
Psicopedagoga há 41 anos, com formação em mestrado pela UFF./RJ. Carioca, moro em Varginha/MG desde 1996, quando fui contratada pela UEMG para participar de um projeto de formação de professores, depois de ter me aposentado da rede pública federal, onde atuava como docente no Colégio Pedro II. Pertenci ao Conselho Nacional da ABPp de 1997 a 2010. Presido a Fundação Aprender, em Varginha, instituição pública de Direito Privado, sem finalidades financeiras e de utilidade pública.Atualmente tenho me especializado em EaD e suas interfaces com a Psicopedagogia.

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