A Inversão na Escrita : letra espelhada

A Inversão na Escrita : letra espelhada

escrita espelhada

Como aparece ?

Letra espelhada

 

A escrita espelhada é comum nas crianças pequenas, quando se encontram no período da Educação Infantil e  até nas classes de alfabetização pode acontecer.

Embora tenha sido objeto de inúmeras pesquisas, a teoria piagetiana a respeito do caráter irreversível do pensamento pré-operatório, bem como sobre a construção gradativa desta reversibilidade mental traz esclarecimentos importantes neste caso.

O espelhamento da escrita ocorre devido à dificuldade que a criança encontra para reverter a ação de escrever pois , neste caso, escreve no sentido contrário, o que indica tratar-se de uma manifestação típica do pensamento pré operatório. Pensado desta maneira, este fenômeno não se restringe ao âmbito específico da escrita, mas é a manifestação de uma característica do pensamento infantil.

Sendo assim, a escrita espelhada não pode ser vista como um fenômeno patológico, pois corresponde às características normais do sujeito em determinado período de seu desenvolvimento. O que pode acontecer  são atrasos no desenvolvimento que fixam estas condutas por mais tempo do que o esperado.

Desta forma, ficariam excluídas  as interpretações de base puramente  neurológica , bem como sua associação a quadros clínicos  de distúrbios de linguagem, tais como a disgrafia e a dislexia.

Por fim, com esta visão cognitiva a partir da teoria piagetiana, temos a explicação do aparecimento da escrita espelhada como condição da irreversibilidade do pensamento pré-operatório da criança que se encontra no período da Educação Infantil.

O professor que possuir esta visão, tende a estimular a cognição ao invés de propor exercícios repetitivos de escrita, que não atingem ao objetivo que se quer alcançar: a conquista da reversibilidade mental com o pensamento operatório concreto.
Por outro lado, a compreensão da escrita espelhada desta maneira, tem como consequência a exclusão do espelhamento na escrita do rol dos comportamentos que contam pontos negativos nas habilidades preditoras para a alfabetização.

 

 

Júlia Eugênia Gonçalves
Júlia Eugênia Gonçalves
Psicopedagoga há 41 anos, com formação em mestrado pela UFF./RJ. Carioca, moro em Varginha/MG desde 1996, quando fui contratada pela UEMG para participar de um projeto de formação de professores, depois de ter me aposentado da rede pública federal, onde atuava como docente no Colégio Pedro II. Pertenci ao Conselho Nacional da ABPp de 1997 a 2010. Presido a Fundação Aprender, em Varginha, instituição pública de Direito Privado, sem finalidades financeiras e de utilidade pública.Atualmente tenho me especializado em EaD e suas interfaces com a Psicopedagogia.

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