Dia do Professor.

Dia do Professor.

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professora em sala de aulaO “Dia do Professor” é comemorado em 15 de outubro, apenas no Brasil. E não é de propósito que  fica apenas três dias depois do “Dia das Crianças“, como se houvesse relação entre as datas. Sua origem, é outra!

No dia 15 de outubro de 1827, D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Esse Decreto tratava da descentralização do ensino, do salário dos professores, das matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. Por causa da importância desta Lei, a data começou a ser comemorada já na década de 30  e, em 1963, tornou-se oficial por meio do Decreto Federal 52.682, que, em seu Art. 3º, diz que para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”.

Para sabermos a respeito da situação dos professores brasileiros na atualidade, recorremos à Pesquisa levada a efeito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 30 países em 2013, que entrevistou  mais de 14.000 professores brasileiros e concluiu que:

  • Os professores brasileiros de escolas de ensino fundamental, gastam, em média, 25 horas por semana só com as aulas.O número é superior à média de aproximadamente 30 países, como a Finlândia, Coreia, Estados Unidos, México e Cingapura. Lá, os professores gastam, em média, 19 horas por semana ensinando em sala de aula, ou seja, um porcentual 24% menor. A  posição brasileira é inferior apenas à do Chile, onde os professores gastam quase 27 horas em aulas;
  • Mesmo com uma carga de 25 horas de aulas por semana, mais de 30% do tempo desses encontros regulares é “desperdiçado” em tarefas de manutenção da ordem dentro da sala e em questões burocráticas, como o preenchimento de chamadas e outras atividades administrativas;
  • O docente brasileiro, contudo, usa até 22% mais de tempo que a média dos demais países em outras atividades da profissão, como correção de “tarefas de casa”, aconselhamento e orientação de alunos;
  • Só o tempo gasto para por “ordem na bagunça” dos estudantes representa 20% do tempo total da aula. Com serviços administrativos, são gastos 12%. De aula mesmo, ou seja, atividades de aprendizagem, o professor dispõe apenas de 67% do tempo. É a pior situação entre todos os países avaliados. Na média dos países pesquisados, quase 80% do tempo é voltado, exclusivamente, para a aprendizagem.

Tais dados evidenciam que o trabalho dos professores é afetado pelas questões relacionadas à gestão escolar, no ia do professorBrasil, que prioriza o ensino, quando deveria se voltar para a aprendizagem. Não se deve permitir que a ação docente, que deve ser movida pela ” paixão”, se torne uma atividade burocrática, que retira do mestre o prazer  implícito na relação com o aluno. Lembrando  Paulo Freire, também acreditamos que ninguém educa ninguém, ninguém ensina ninguém, mas  a educação se dá no encontro das ideias.  

 

Júlia Eugênia Gonçalves
Júlia Eugênia Gonçalves
Psicopedagoga há 41 anos, com formação em mestrado pela UFF./RJ. Carioca, moro em Varginha/MG desde 1996, quando fui contratada pela UEMG para participar de um projeto de formação de professores, depois de ter me aposentado da rede pública federal, onde atuava como docente no Colégio Pedro II. Pertenci ao Conselho Nacional da ABPp de 1997 a 2010. Presido a Fundação Aprender, em Varginha, instituição pública de Direito Privado, sem finalidades financeiras e de utilidade pública.Atualmente tenho me especializado em EaD e suas interfaces com a Psicopedagogia.

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