Continuando a série de textos sobre o diagnóstico da criança em fase de alfabetização, vamos abordar agora os aspectos cognitivos que interferem na aprendizagem da leitura e da escrita.
Em relação ao desenvolvimento cognitivo, é importante observar:
A qualidade do raciocínio, ou seja, se a criança se encontra no período operatório ou pré- operatório segundo a teoria proposta por Piaget. Isso pode ser inferido pelas explicações que dá para seus atos, resoluções, perdas, etc. por meio da linguagem ou por estratégias de resolução de situações problemas.
As crianças que se situam no período pré-operatório possuem as seguintes características:
- Não conseguem lidar com duas fontes de informação ao mesmo tempo;
- Não possuem reversibilidade mental;
- Ainda estão muito presas ao seu próprio ponto de vista;
- Têm uma causalidade egocêntrica.
Aquelas que se encontram no período operatório, possuem as seguintes características:
- São capazes de lidar com duas ou mais fontes de informação ao mesmo tempo;
- Possuem pontos de vista diversificados, sendo capazes de se colocar no lugar do outro;
- Maior flexibilidade mental;
- Causalidade reversível.
O período pré-operatório é sub dividido em duas etapas, quais sejam o sub -período simbólico, que dura até cerca de 4, 5 anos de idade e o sub-período intuitivo, que dura até 6,7 anos de idade. Este último, por sua vez, é sub-dividido em dois estágios: intuitivo global e intuitivo articulado.
A criança que se encontra no período pré-operatório, sub-período intuitivo articulado, pode ser alfabetizada porque já é capaz de estabelecer correspondências unívocas e bi-unívocas, fundamentais para que as relações letra- som se estabeleçam. Antes desta fase é precoce seu ingresso nas classes de alfabetização.
Como a idade cronológica não é a única condição para que a alfabetização tenha início, conhecer a teoria piagetiana é fundamental para o docente ou especialista que pretende atuar diretamente com alfabetizandos.
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9 Comments
Entender um pouco mais da formação de seres humanos que estão na primeira infância. Para que ocorra uma formação adequada respeitando as características de cada um. E uma esperança de transformação da educação.
Sem dúvida, Delzete,
Obrigada por seu comentário.
Um abraço,
Júlia
Boa tarde! Seus textos são muito bons! Gostei muito desse assunto que será bastante usado no meu dia-a-dia.
Obrigada Maria Auxiliadora,
Fico feliz em saber que posso ser útil.
Um abraço,
Júlia
meu filho entrou na esocla com 4 anos , ate junho ficou tudo bem nao teve nenhum problema com a adaptacao , ou seja nao teve choro nem birra nada , mas agora depois das ferias ele mudou ouve uma troca de professora e turma , e ele nao aceitou e mesmo colocando para ficar com a mesma professora e coleguinhas , ele nao quer nem entrar na esocla , muito aceita ir ate o portao e as vezes em casa quando pergunto da esocla ja diz que nao que nao vai e que e para tira-lo .eu pergunto se aconteceu alguma coisa com ele na esocla se professor ou coleguinhas fez alfuma coisa que ele nao gostou a resposta e sempre a mesma nao . eu fico sempre atenta no comportamento dele para ver se dar alguma pista de agressao fisica ou verbal , mas ele esta como antes normal .
Oi Angelica,
Muito obrigada ! Compartilhe nossas publicações com seus amigos.
Um abraço,
Júlia
Estou engatinhando na pedagogia ainda e no ventre uterino da psicopedagogia agora. Pretendo colocar tudo em prática o mais rápido possível e suas explicações nesse site está ajudando muuuuito a me desenvolver.
Grata por você dispensar um pouco do seu tempo a nos ajudar.
Oi Sueli,
Tenho certeza de que você o fará !
Um abraço,
Júlia
Uma criança chama sua mãe para lhe ensinar a brincar com o que acabou de ganhar, dizendo: _ Mãe, me aprende isso?
No entender experiente da mãe, foi profundo o toque da frase de sua criança que até a emocionou.
A mim também. “Me aprende” é o que tenho feito desde esse momento, então Júlia, estou “te aprendendo” para ensinar a outros. Parabéns pela sua colaboração de aprender e ensinar. Obrigada!