Construtivismo: Método ou Filosofia ?

Construtivismo: Método ou Filosofia ?

2098331968

15006459346A intenção deste texto é a de deixar bem claro que o Construtivismo não é um método, mas uma Filosofia. É uma visão de mundo oposta ao Inatismo e ao Ambientalismo, que partiam do pressuposto de que o ser humano já nascia pronto ou então era forjado pelo meio.

Para esta corrente filosófica o ser humano é fruto de uma construção na qual interagem organismo e ambiente. No primeiro, estão presentes as condições genéticas; no segundo, a fonte dos estímulos que propiciarão o desenvolvimento.

Ser construtivista é acreditar que todas as pessoas nascem com o mesmo potencial de aprendizagem e que seu desenvolvimento posterior vai depender de sua história de vida, de seu meio cultural e social, do tipo de estímulo que recebe. É crer que não existem pessoas mais inteligentes do que outras e que a inteligência é uma conquista filogenética (da espécie) e ontogenética (de cada indivíduo), fruto de trabalho cognitivo mediado pela linguagem e conquistado no meio social.

baby-84626__180Isto nos remete a uma questão que causa muita confusão em pais e professores: Não existe “Método Construtivista”, como algumas instituições propõem. A escola se beneficia das pesquisas e conceitos desta corrente de pensamento e pode orientar sua ação a partir destes princípios, utilizando qualquer tipo de método, desde que respeite o processo de construção de conhecimentos que é inerente a cada ser humano.

Os principais teóricos do Construtivismo jamais falaram em métodos de ensino, mas realizaram pesquisas sobre a inteligência e o desenvolvimento humano que contribuíram para mudanças significativas na Educação. São eles Piaget, Vygotsky e Wallon. Numa perspectiva Co-Construtivista, estes autores não são vistos como antagônicos, mas como complementares e a escola utiliza suas teorias quando privilegia ações que levem a processos de assimilação e acomodação que se equilibram em adaptações criativas, quando propicia a interação por meio de trabalhos de grupo e experiências que ampliam cada vez mais a Zona de Desenvolvimento Proximal e quando compreendem as implicações emocionais presentes em toda situação de aprendizagem.

Referência Bibliográfica.

VALSINER, Jaan e VASCONCELOS, Vera Maria de. Perspectiva Co-Construtivista na Psicologia e na Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

Júlia Eugênia Gonçalves
Júlia Eugênia Gonçalves
Psicopedagoga há 41 anos, com formação em mestrado pela UFF./RJ. Carioca, moro em Varginha/MG desde 1996, quando fui contratada pela UEMG para participar de um projeto de formação de professores, depois de ter me aposentado da rede pública federal, onde atuava como docente no Colégio Pedro II. Pertenci ao Conselho Nacional da ABPp de 1997 a 2010. Presido a Fundação Aprender, em Varginha, instituição pública de Direito Privado, sem finalidades financeiras e de utilidade pública.Atualmente tenho me especializado em EaD e suas interfaces com a Psicopedagogia.

4 Comments

  1. MAra Margareth ZAmingnani disse:

    Concordo plenamente. O Construtivismo de fato não é um método mas esta sendo utilizado como tal. A escola como um todo adotou – o como método deixando de orientar e ensinar acreditando que cada sujeito deveria aprender de modo próprio, isto é construindo seu conhecimento, que na infância é precário, ocasionando deficits graves nesse aprendizado, favorecendo dessa forma dificuldades e incompreensões por parte daqueles que estavam iniciando seu aprendizado.

  2. franciscamaia disse:

    Compartilhar é a melhor forma de conhecer….Parabéns…júlia.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>